O cenário : 42 Universidades federais deflagraram greve desde o dia
17/05. A expectativa é de que até o final dessa semana, tenhamos uma
adesão em torno de 50 universidades. Há décadas não vemos uma
paralização nacionalizada dessa magnitude entre os professores do ensino
superior.
A explosão da greve teve como estopim o não
cumprimento por parte do governo Dilma do acordo em relação ao plano de
carreira dos/as docentes. Porém, o sentimento de indignação com o caos
que está a educação para professores, técnicos, estudantes e para a
população foi o motivo principal para que essa greve fosse deflagrada
pelo país inteiro.
Diante dessa situação, devemos fazer a
seguinte reflexão: qual é a real situação das Universidades e da
educação no Brasil? Para nós estudantes, a situação não vai nada bem.
Nos deparamos com salas de aula lotadas, bibliotecas defasadas, R.U
lotado (quando está aberto), bolsas permanência e moradia estudantil
insuficientes, além de uma estrutura precária. Para os/as professores, a
situação também é difícil, pois sofrem com o corte no número de bolsas
para pesquisa e extensão, aumento da carga horária, déficit no quadro.
Essa situação somente se agrava com os duros cortes que a educação
sofreu nesses dois anos de governo Dilma.
Vivemos uma situação
grave na educação. Escutamos por parte do governo os triunfos do Brasil
ser a sexta economia do mundo, porém os problemas históricos da educação
não melhoram. A fratura continua exposta. Enquanto vemos cachoeiras de
dinheiro público esparramados nas mãos de governantes, empreiteiras e
banqueiros, temos de conviver com uma universidade que inunda em tempos
de chuva, que vai formar estudantes sem campus e que não atende às
pautas básicas da assistência estudantil.
Não é por menos que
os/as estudantes estão também declarando seu total apoio à greve. Muitas
inclusive aprovaram greves estudantis não só em solidariedade à luta
dos/as professores, mas também com pautas próprias, como é o caso da
UFU, UFRRJ, UFF, entre outras.
Infelizmente, nosso DCE sequer
faz o chamado a uma assembléia. Mais do que isso, adota um
posicionamento que vai na contramão daqueles/as que defendem a educação
ao afirmar que os estudantes são os mais prejudicados, principalmente os
que dependem da assistência estudantil. Nossa diferença com o DCE é que
achamos que a situação como está é o que de fato prejudica a todos/as.
Por isso, é o momento de nos somarmos à mobilização, pois professores ou
estudantes, compartilhamos o mesmo sentimento de indignação.
Ainda em sua nota, o DCE diz que a greve é banal. Nós discordamos. Banal
é o número da repartição do PIB dada à educação. Menos de 5%! Do
Orçamento Geral da União, somente 3% é destinado à educação, enquanto
47% vai para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Isso
sim é banal, DCE.
Achamos plausível e necessário que se façam
análises da situação bem como da movimentação para que se possa mudá-la,
mas não achamos digno querer dizer como uma categoria da qual não
fazemos parte, no caso à dxs Docentes, deve se organizar. Cabe à
categoria, em sintonia e diálogo com a comunidade, essa decisão.
Portanto, percebemos que a organização de uma greve, decidida em espaços
legitimamente construídos, é muito justa.
Por achar que está
na hora de levantarmos para defender uma educação pública, gratuita e de
qualidade é que apoiamos totalmente a greve dos/as professores e mais
do que isso, nos somamos a sua luta por entender que essa também é uma
luta nossa.
Todo Apoio à Greve!
Por uma Assembléia Geral na UnB!
Pela Construção de uma Pauta Estudantil!
Puramente apoiado parceiros!
ResponderExcluirSou estudante da UFU e apoio plenamente está greve. Mas além de apoiar acho este um momento propício para declaramos nossas indignações. Construir juntos coisas reais e necessária. Lutar pela garantia que a própria Constituição nos dá. Fazer com que se saia do papel, que aconteça!
Declaro o meu apoio enquanto aluno e enquanto entidade que não podemos cruzar os braços. Ficar em silêncio. É hora de juntos lutarmos pelas melhorias!
Juntos somos mais fortes!